Pra você!!!
Atalho do Facebook
Te amo Jesus.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Projeto Semana da criança
Projeto:
Sonho Infantil
“As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade". (Vygotsky)
Público alvo: Projeto destinado aos alunos da educação Infantil e das séries iniciais.
Data de inicio: 05/10/2009
Duração prevista: Aproximadamente uma semana
Data do evento: 09 de outubro
Envolvidos: Professores do primário, coordenador, diretoria,vice-diretor, entre outros.
Criação do projeto: Rosinéia Silva Ribeiro (Rose Sireibom)
Justificativa
Toda criança tem o direito de brincar. Quando elas brincam, conhecem a si mesmas e aos outros. Descobrem o mundo e exercitam novas habilidades. Criam vínculos. Elaboram saídas para as situações de conflito, aumentando assim, a auto-estima. Tornam-se mais avançadas em desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo. Compartilham mais, são menos agressivas e tem relacionamentos mais seguros com suas famílias. Brincar e sinônimo de infância! Nunca conseguiremos criar homens sensatos se antes não criarmos moleques! Quem brinca agora aprende a encontrar soluções criativas no trabalho, nos relacionamentos, na vida... E foi através das linhas escritas da Declaração das Nações Unidas dos Direitos da Criança, que o projeto SONHO INFANTIL, vem enfatizar e fazer valer o direito das crianças de brincar e se descobrir.
Objetivo geral
Fazer valer o direito da criança de brincar;
Objetivos específicos
· Estimular a socialização da criança;
· Desenvolver a coordenação motora;
· Valorizar a criança;
· Desenvolver a linguagem oral e escrita;
· Promover brincadeiras e jogos para a semana da criança;
Procedimentos
Durante a SEMANA DA CRIANÇA, trabalhar diversas atividades lúdicas tais como:
· Recorte e colagem
· Desenhos para colorir
· Confecção de jogos, brinquedos e outros
· Pintura
· Dobradura
· Dinâmicas infantis
· Jogos (futebol, por exemplo, entre outros)
· Músicas de recreação
· Cantinho da história (leitura)
· Acrósticos
· Confecção de murais
· Atividade do sentimento e emoção
· Confecção do correio da amizade
· Alfabeto da criança
· Filmes
· Entrevistas entre crianças
· Teatro de fantoche
· Atividade de base alfabética focalizando a semana da criança
· Oficina de dança
· Oficina de música
· Oficina de teatro
Produto Final
Manhã recreativa
Obs.: As atividades listadas abaixo podem ser também trabalhadas durante a semana.
-Mine cinema (pode ser no meio da semana)
-Piquenique (pode ser na quinta feira)
-Jogo de futebol (1ª série X 2ª/ e 3ªX4ª)
-Corrida de saco
-Ovo na colher
-Desfile mirim
-Cabo de guerra
-Concurso de equilíbrio
-Oficina de teatro
-Oficina de pintura
-Oficina de dança
-Oficina de desenhos no rosto das crianças com gliter
-Hora do lanche (Pipoca, algodão doce, bolo, refrigerante ou suco, frutas, salada der frutas).
-Lembrancinha para o dia da criança (Confeccionada pelo professor)
-Palhaço
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Uma Atividade Mágica para Cultivar o Hábito da Leitura em seu filho ou aluno.
Jogos infantis
Jogo: Corrida de Palitos
Formação: Crianças ficam à vontade, no ambiente ou sala. Desenvolvimento: O Orientador designará dois alunos que farão o papel de chefe. Os participantes sob o comando dos dois chefes, dividem-se em duas fileiras iguais, dispostas em frente uma da outra. Cada chefe tomando posição numa das extremidades deverá segurar numa das mãos 20 ou 30 palitos. Ao sinal de início, passa-os para seu vizinho, constituindo o jogo em passar todos os palitos de criança a criança até chegar à última da fila, a qual, depois de recebê-los, deverá devolvê-los da mesma forma ao chefe. O palito que cair deve ser apanhado por quem o deixou cair. Vence, o grupo, cujo chefe recuperar primeiro todos os palitos. Variante: Podemos usar tampinhas de garrafas, grãos, etc. O aumento do nível de dificuldade dá-se com objetos mais difíceis de segurar. Objetos pequenos devem ser evitados, especialmente em grupos de crianças muito pequenas.
Nome do jogo: Quem está Faltando?
Formação: Em um círculo de cadeiras, as crianças ficam sentadas e uma é escolhida para adivinhar. Desenvolvimento: O Adivinhador olha bem para os colegas e, depois, esconde os olhos com as mãos ou com uma venda. Uma das crianças sai da sala ou se esconde atrás da mesa do orientador. Depois que estiver bem escondida, o adivinhador olha para a cadeira vazia e para as demais crianças, procurando lembrar daquela que falta. Se acertar, deve escolher outra para ficar no seu lugar de adivinhador, se não acerta, continua como adivinhador e é feita outra tentativa. Variante: Este jogo pode ser realizado com objetos. Um deles é retirado para a criança adivinhar o que falta.
Nome do jogo: Profissões
Formação: Grupos de crianças sentadas na melhor disposição que a sala ou ambiente permitir. Desenvolvimento: O Orientador dará início atirando uma bolinha de espuma, ou de pano, a qualquer um dos presentes. Este, ao apanhar o objeto, deverá citar uma profissão, arremessando-o logo a um outro, que dirá um objeto dessa mesma profissão, e então devolve o objeto ao orientador. Este o passará a outro jogador, que citará nova profissão, e assim sucessivamente. Poder-se-á também fazer com que os dois primeiros jogadores enunciem objetos da mesma profissão e um terceiro diga qual é ela. Serão vitoriosos os que ficarem no grupo até o fim do jogo. Falta: Serão eliminados os que não fizerem a citação no tempo previsto.
Nome do jogo: Jogo do Anão
Os alunos deverão ficar à vontade no local ou sala.
Desenvolvimento: Prendem-se os cartões numerados, por exemplo de
Nome do jogo: A Criança Perdida
Formação: Em um círculo, o orientador ou uma criança, no papel de mãe, chama outra criança, que fará o papel de um policial. O Policial fará de conta que está respondendo à uma chamada. Desenvolvimento: O Orientador ou aluno, no papel de mãe, solicita sua ajuda para encontrar sua criança que está perdida. O Policial pergunta à mãe como está vestida a criança. A mãe deverá descrever com o máximo de detalhes que lembrar, as roupas, cor do cabelo, sapatos, etc. O Policial olha com atenção para as crianças da roda comparando-as com a descrição feita pela mãe, até encontrar aquela que corresponda a descrição. Identificada a criança, escolhem-se novos personagens e o jogo prossegue.
Nome do jogo: Caça ao Tesouro
Formação: Crianças à vontade, em suas carteiras ou dispostas ao ar livre. Desenvolvimento: O Orientador esconderá um ou mais objetos previamente selecionados, em um lugar secreto dentro do perímetro do pátio ou sala de aula. Em seguida, dará pistas aos alunos para que possam encontrá-los. As pistas podem ser escritas ou descritas verbalmente. Aquele que primeiro encontrar o tesouro, terá a missão de escondê-lo na próxima etapa. Com as crianças menores, poderão ser usadas pistas, como locais marcados com símbolos, cartazes afixados em pontos estratégicos, de modo que possam se guiar com mais facilidade, etc.
Nome do jogo: Vinte Perguntas
Formação: Afastar-se-á um jogador do grupo. Os demais escolherão um dos companheiros ou um objeto que estiver à vista, e guardarão em segredo seu nome. Desenvolvimento: Chamarão o jogador, que terá de fazer, aos companheiros, até vinte perguntas quaisquer, obtendo como respostas SIM ou NÃO. Se conseguir adivinhar o nome da pessoa ou do objeto a descobrir, escolherá seu substituto; caso contrário, ele mesmo voltará a adivinhar. Variação: O Orientador poderá, por exemplo, atribuir a opção de fornecer pistas ao adivinhador, para facilitar a resposta, nas classes menores.
Nome do jogo: Palavras Trocadas
Formação: Crianças sentadas à vontade numa mesa, ou no centro da sala. Desenvolvimento: Cada jogador escolherá as letras suficientes para compor uma palavra, mas não as colocará
Nome do jogo: Cores e Formas
Formação: Grupos de crianças sentadas na melhor disposição que a sala ou ambiente permitir. Desenvolvimento: O Orientador, pedirá que cada criança cite um objeto visível na sala, da cor que ele indicar. Dirá, por exemplo, "VERDE", e, conforme a habilidade do grupo, concederá 10 ou 20 segundos. Um jogador dirá: "Verde é a blusa de A". Outro; "Verde é o lápis de B". Os que não conseguirem satisfazer o pedido do Orientador dentro do tempo determinado perderão a vez. O mesmo jogo poderá feito empregando formas em lugar de cores. As crianças citarão objetos cilíndricos, esféricos, quadrados, etc. Falta: Será considerado uma falta nomear um objeto que já tenho sido anteriormente citado.
Nome jogo: Palavras Enigmáticas
Formação: As crianças ficam sentadas à vontade, no chão ou em torno de uma mesa. Desenvolvimento: Os jogadores dividem-se em dois grupos, cada qual sentado em torno de uma mesa. Cada grupo envia um participante ao orientador, que lhes murmura no ouvido uma palavra secreta. De volta à mesa, os dois jogadores traçam desenhos no papel, procurando explicar a palavra dada; não podem falar, apenas acenar NÃO ou SIM com a cabeça diante dos palpites do grupo. Se a palavra for, por exemplo, "soldado", basta desenhar um "sol" e um "dado". Caso adivinhem a palavra, ele voltará ao orientador para receber uma nova. Vence o grupo que conseguir adivinhar o maior número de palavras dentro de um prazo definido. Exemplo de palavras para este jogo: Pé-de-cabra, quebra-luz, beija-flor, novela, pelado, casario, casacão.
Nome jogo: Em Que se Parece Comigo?
Formação: As crianças ficam sentadas à vontade em um círculo. Desenvolvimento: Afastar-se-á um jogador e os outros escolherão uma pessoa, animal ou objeto para o "motivo". Aquele que se afastou voltará e, ao redor do círculo, irá perguntando: "Em que se parece comigo?", se referindo ele a pessoa, animal ou objeto escolhido em segredo pelos outros. E cada um apresentará a semelhança entre "ele" e a coisa escolhida. O jogador tentará adivinhar, tendo o direito a fazer três tentativas. Se acertar, escolherá um companheiro para substituí-lo; caso contrário, afastar-se-á outra vez da sala para uma nova rodada. Variante: A quantidade de vezes necessárias para o acerto, pode variar entre os grupos de menor idade.
Nome do jogo: O Limite da Imaginação
Formação: As crianças ficam sentadas normalmente em suas carteiras, ou à vontade em um círculo. Desenvolvimento: O Orientador irá perguntando à toda classe, sem se dirigir especificamente a nenhum dos alunos. "Vamos imaginar uma coisa: muito macia, muto fria, muito pesada, muito pequena, muito cheirosa, muito quente. Vamos imaginar uma coisa: Azul, verde, amarela, vermelha, etc.". Depois ele pode fazer as mesmas perguntas com sons, lugares, comidas, etc. Enquanto pergunta, o orientador analisa a atitude da classe e estimula as respostas. Variante: O orientador pede para classe adivinhar o que do que ele está falando. Isto é, ele diz: "É um objeto ou coisa redonda, de cor vermelha, serve para isso ou aquilo...", etc.
O que faz uma criança em uma Escola de Educação Infantil?
Brinca. Certamente brinca. Começa a fazer amigos, passa horas felizes convivendo com crianças e adultos que não são seus familiares.
Não é apenas isso o que acontece.
Até os 6 anos, a criança viverá uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano, nos aspectos intelectual, emocional, social e motor, que será tanto mais rica quanto mais qualificadas forem as condições oferecidas pelo ambiente e pelos adultos que a cercam.
Uma escola precisa ser mais do que um lugar agradável, onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo, com professores realmente preparados para acompanhar a criança nesse processo intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a possibilidade de uma base sólida que influenciará todo o desenvolvimento futuro dessa criança.
Toda escola de Educação Infantil precisa ter certeza do que quer desenvolver na criança.
Assim, para formar uma criança saudável e desenvolver sua capacidade de aprender a aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética capaz de conviver num ambiente democrático, a Móbile propõe atividades que desenvolvem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores adequado a cada faixa etária.
Leitura e Escrita, Inglês, Artes Plásticas, Música, Filosofia, Conhecimento da Natureza e da Sociedade, Educação do Movimento – em todas as atividades o aluno não é absolutamente aquele estudante passivo da educação tradicional, mas um aluno participante, ativo no processo de construção do conhecimento.
Educação Infantil | |
Infantil 2 | 2 anos * |
Infantil 3 | 3 anos * |
Infantil 5 | 5 anos * |
Infantil 6 (1º ano) | 6 anos * |
Alfabetização: Um processo em construção
A principal motivação das autoras foi a teoria desenvolvida por Emilia Ferreiro e colaboradores, sobre a origem e a evolução das funções psíquicas da criança em relação à alfabetização, ou seja, a psicogênese da lecto-escrita. Em decorrência das conclusões obtidas por Emilia Ferreiro, as autoras sentiram a necessidade de uma reestruturação nos conceitos, nas práticas e nas posturas didáticas, repensando a função do professor alfabetizador e, principalmente, revendo o processo de avaliação da criança, considerando-a como o sujeito que está desenvolvendo um processo de construção de conhecimento referente ao sistema alfabético de escrita. Neste sentido, a criança não está sendo alfabetizada por alguém, mas, sim, está alfabetizando-se ao interagir com o meio e com as pessoas que a cercam.
As autoras participavam dos Grupos de Formação de Educadores de 1ª e 2ª séries da rede municipal de São Paulo que, de
O principal objetivo das autoras é levar o educador a rever sua postura e, particularmente a refletir sobre o aluno com o qual trabalha, da mesma forma que elas fizeram.
Na 1ª parte: Refletindo uma prática construtivista, fazem um esclarecimento da teoria na qual se basearam para desenvolver o trabalho que deu origem ao livro. Definem postura construtivista e esclarecem os principais pontos da obra de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, Psicogênese da Língua Escrita.
O objetivo maior desta 1ª parte é levar o educador a refletir sobre sua prática de ensino em relação à aprendizagem; a rever seu papel de educador e a entender o aluno como um sujeito que constrói seu conhecimento; um sujeito real e não como ser imaginário, aquele que gostaríamos de ter. Há que se atender a todos os alunos, inclusive àqueles que chegam em condições menos favoráveis.
O professor pode optar por determinado método ou por algumas práticas, mas o conhecimento adquirido é resultado da própria atividade do aluno, ou seja, o aluno é sujeito de seu conhecimento; é um ser autônomo, governado por si só e não pelos outros (heterônomo).
Numa escola, são educadores: professor, coordenador, orientador, supervisor, inspetor, diretor, auxiliar, servente, cozinheiro, guarda, médico, dentista ou todos aqueles que, ao desenvolverem sua função, se proponham a participar do processo educacional. Em decorrência, é de suma importância que todos estes profissionais tenham oportunidade de participar de reuniões visando maior e melhor interação dos elementos tanto no nível social quanto no que se refere a intercâmbio de informações, pois o comprometimento e a participação ativa dos educadores influenciam no desenvolvimento da criança e muito colaboram com o professor dos alunos envolvidos. Há que se repensar a conduta do professor na solidariedade e colaboração entre os demais educadores, vendo a criança como ser em formação que, assim como nós, está sempre se reestruturando e procurando acomodar novos conceitos. Essa linha de trabalho está longe de ser uma simples transmissão de conteúdos: vai muito além e envolve não só o aspecto intelectual, mas também o físico e o mental, pois os alunos têm necessidades que acabam transformando os professores em pai, mãe, assistente social, confidente, dentista, médico, amigo.
Para que o ambiente que cerca a criança se torne efetivamente um instrumento alfabetizador, ela precisa estar preparada para percebê-lo e seu senso de observação e sua curiosidade precisam ser despertados. A criança precisa perceber que o valor social da escrita é a comunicação. A sala de aula deve servir para despertar os sentidos do aluno, transformando-se num local propício à aprendizagem. (Evitar poluição visual, que também cansa.) o professor deve perceber a diferença entre rotina de trabalho e horário de aulas. A ROTINA DEVE ATENDER À NECESSIDADE E AO INTERESSE DA CLASSE, SENDO, PORTANTO, MUTÁVEL E PASSÍVEL DE ALTERAÇÃO, mas os alunos sempre devem tomar conhecimento das alterações e dos motivos que as determinaram. No entanto, algumas atividades precisam ser executadas em dias e horários específicos, como na Sala de Leitura.
O uso da cartilha deixou de ser fundamental e obrigatório na alfabetização. No entanto, o problema não está em qual cartilha seguir, mas em como usá-la. Há que se evitar:
que os alunos simplesmente repitam as famílias silábicas ou decorem a cartilha e não interiorizem a aprendizagem. Contudo, é importante lembrar que a memorização e a repetição, quando bem orientadas e com objetivos definidos, são muito importantes na aprendizagem.
A falta de significação das palavras escritas também torna difícil sua interiorização.
. Quando a cartilha insiste num determinado tipo de exercício, os alunos acabam executando-o mecanicamente, sem atenção, sem interesse, sem terem o mínimo de desafio à sua capacidade. Há a possibilidade de trabalhar a cartilha como um livro, de maneira criativa, dando interpretações ao conteúdo, despertando a análise crítica e a individual em forma de exercícios.
O projeto experimental desenvolvido por ela e Ana Teberosky, na Argentina, durante dois anos, com crianças de
Sem descartar as influências sociais e metodológicas, E. Ferreiro certificou-se de que os caminhos para “reinventar”a escrita são os mesmos para todas as crianças, independentemente da classe social. A partir da teoria de Jean Piaget, que considera sujeito cognoscente todo aquele que busca adquirir conhecimento e que procura ativamente conhecer o mundo à sua volta, tentando resolver as interrogações que este mundo provoca, EF também considera a criança um ser cognoscente na medida em que busca a aprendizagem dos conceitos da escrita.
Aprendizagem é um processo de apropriação do conhecimento que só é possível com o pensar e o agir do sujeito sobre o objeto que ele quer conhecer. Portanto, o conhecimento da lecto-escrita pela criança se dá a partir do contato entre esta criança e os objetos escritos.
Apesar da diferenças individuais, ao tentar compreender o sistema de escrita e sua função, a criança em contato com este objeto(a escrita), formula teoria, metodologia e gramática próprias, num processo lógico e coerente que imagina ser sua língua e que executa como algo real e compreensível por todos.
Para que a aprendizagem aconteça, o domínio das habilidades percepto-motoras, anteriormente consideradas indispensáveis à alfabetização, não é um subsídio primordial, apesar de sua importância, podendo facilitar ou dificultar o processo. O mais importante é a linha de pensamento desenvolvida pela criança ao se propor ler e escrever, o que vem explicar porque existem crianças que têm grafia perfeita quando copiam, mas não escrevem por si só e não produzem escrita sozinhas e, também, crianças que, apesar de não terem a coordenação motora fina bem desenvolvida, conseguem se comunicar através da escrita.
As autoras não atribuem a EF nenhuma metodologia específica, esclarecendo que muitos mitos foram criados em torno dela e de sua proposta de trabalho, como o fato de não usar cartilha, não corrigir lições, não ensinar gramática ou deixar o aluno fazer tudo o que quiser.
Prosseguem dizendo que as ponderações de EF têm fundamentos científicos e, em termos pedagógicos, cabe aos educadores buscar a melhor maneira de ajudar os alunos a construir sua aprendizagem, adaptando a prática metodológica à teoria comprovada pela pesquisadora, criando situações nas quais a criança possa questionar suas hipóteses e progredir na escrita. EF não propõe práticas pedagógicas nem técnicas metodológicas, mas, sim, uma maneira diferente de ver a criança e entender seus erros- anteriormente considerados absurdos – como uma demonstração do seu grau de conhecimento e como um pré-requisito para chegar ao acerto.
A criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocino lógico. O processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a que chegou a criança.
Na Psicogênese da Língua Escrita, EF e AT definiram cinco níveis:
Nível 1: Hipótese pré-silábica;
Nível 2: Intermediário I;
Nível 3: Hipótese Silábica;
Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediária II
Nível 5: Hipótese Alfabética.
A caracterização de cada nível não é estanque, podendo a criança estar numa determinada hipótese e mesclar conceitos do nível anterior. Tal “regressão temporária” demonstra que sua hipótese ainda não está adequada a seus conceitos.
Os níveis intermediários I e II são momentos do processo que se caracterizam pela evidência de contradições na conduta da criança e nos quais percebe-se a perda de estabilidade do nível anterior e a não-organização do nível seguinte, evidenciando o conflito cognitivo.
EF e AT, para detectar o nível de conceitualização da criança, sugerem um ditado individual de quatro palavras, evitando ditar o monossílabo em primeiro lugar, ( monossílaba, dissílaba, trissílaba, polissílaba) e uma frase.
Em seguida, pedirá à criança para “ler” o que escreveu, com a finalidade de entender como ela “lê”.
Nas características e desafio dos níveis no processo de alfabetização, as autoras colocam que, em cada nível, a criança elabora suposições a respeito dos processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que possui desses processos. Dessa forma, a mudança de um nível para outro só ocorrerá quando se deparar com questões que o nível em que se encontra não puder explicar: elaborará novas suposições e novas questões e assim sucessivamente. Em decorrência, pode-se dizer que o processo de assimilação de conceitos é gradativo, o que não exclui “idas e vindas” entre os níveis.
Nível 1- Hipótese Pré- Silábica
A criança:
- não estabelece vínculo entre a fala e a escrita;
- supõe que a escrita é outra forma de desenhar ou de representar coisas e usa desenhos, garatujas e rabiscos para escrever;
- demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;
- supõe que a escrita representa o nome dos objetos e não os objetos;coisas grandes devem ter nomes grandes, coisa pequenas devem ter nomes pequenos;
- usa letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;
- pode conhecer ou não os sons de algumas letras ou de todas elas;
- faz registros diferentes entre palavras modificando a quantidade e a posição e fazendo variações nos caracteres;
- caracteriza uma palavra com uma letra inicial;
- tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;
- supõe que para algo poder ser lido precisa ter no mínimo de duas a quatro grafias, geralmente três( hipóteses da quantidade mínima de caracteres);supõe que para algo poder ser lido precisa ter grafias variadas (hipótese da variedade de caracteres)
Desafio: Qual é o significado dos sinais escritos?
Nível 2 – Intermediário I
A criança:
- Começa a ter consciência de que existe alguma relação entre a pronúncia e a escrita;
- Começa a desvincular a escrita das imagens e números das letras;
- Só demonstra estabilidade ao escrever seu nome ou palavras que teve oportunidade e interesse de gravar. Esta estabilidade independe da estruturação do sistema de escrita;
- Conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.
Desafio: Como resolver a hipótese de que a escrita se vincula com a pronúncia das partes da palavra?
Nível 3- Hipótese Silábica
A criança:
- Já supõe que a escrita representa a fala;
- Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
- Pode ter adquirido, ou não, a compreensão do valor sonoro convencional das letras;
- Já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;
- Supõe que deve escrever tantos sinais quantas forem as vezes que mexe a boca, ou seja, para cada sílaba oral corresponde uma letra ou um sinal;
- Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.
Desafio: - Como compatibilizar, na escrita ou na leitura das palavras monossílabas e dissílabas, a idéia de quantidade mínima e de variedade de caracteres, se ela supõe que as palavras podem ser escritas com uma ou com duas letras?
- Ao ler as palavras que escreveu, o que fazer com as letras que sobraram no meio das palavras (almofada) ou no final (sobrantes)?
- Se coisas diferentes devem ser escritas de maneira diferente, como organizar as letras na palavra?
Nível 4- Hipótese Silábico- Alfabética
A criança:
- Inicia a superação da hipótese silábica;
- Compreende que a escrita representa o som da fala;
- Combina só vogais ou só consoantes, fazendo grafias equivalentes para palavras diferentes. Por exemplo, AO para gato ou ML para mola e mula;
- Pode combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo, CAL para cavalo;
- Passa a fazer uma leitura termo a termo (não global).
Desafio: - Como conciliar a hipótese silábica com a hipótese da quantidade mínima de caracteres?
- Como adequar as formas gráficas que o meio lhe propõe à leitura dessas formas?
- Como separar palavras ao escrever, quando elas não são separadas na fala?
- Como tornar a escrita socializável, possível de ser lida por outras pessoas?
Nível 5- Hipótese Alfabética
A criança:
- Compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação;
- Compreende o modo de construção do código da escrita;
- Compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores que a sílaba;
- Conhece o valor sonoro de todas as letras ou de quase todas;
- Pode ainda não separar todas as palavras nas frases;
- Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;
- Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
- Não é ortográfica nem léxica.
Desafio: - Como entender que falamos de um jeito e escrevemos de outro?
- Como aprender as convenções da língua?
- Como distinguir letras, sílabas e frases?
EF e AT, na obra Psicogênese da Língua Escrita, dizem que se entende por alfabetizada a criança que dominou a base alfabética do sistema de escrita, que lê com compreensão e escreve textos com sentido possíveis de serem lidos, mesmo que apresentem erros de ortografia.
Mª de Fátima Russo e Mª Inês Aguiar Vian dão uma visão geral da didática do professor nos diferentes níveis, alertando quanto aos estudos que vêm sendo realizados neste sentido e incentivando a leitura e estudo da trilogia intitulada Didática da Alfabetização-Nível Pré-Silábico, Nível Silábico, Nível Alfabético, de Esther Pillar Grossi, segundo os quis o professor deve procurar atingir os alunos de todos os níveis, desafiando-os para provocar o avanço. As atividades podem motivar diferentes níveis e em cada criançaa implicarão uma mudança ou adequação, da hipótese própria do nível em que o aluno se encontra. Há que se desenvolver trabalhos desafiantes e não desestimulantes que possam ser compreendidos e acompanhados por todas as crianças, em classes com alunos de todos os níveis.
O professor precisa levar a criança a raciocinar sobre a escrita e, para isso, ele deve criar um ambiente rico em materiais e em atos de leitura e escrita, incentivando-as. Também, deve provocar interações entre os diferentes níveis, principalmente os mais próximos. Dessa forma, o professor não precisa trabalhar necessariamente com cada aluno, mas sim lhes permitir a comunicação, que é o principal instrumento da didática da aprendizagem da alfabetização. Isto demonstra o valor do trabalho numa classe heterogênea e o quanto ele é viável, uma vez que a homogeneidade é característica apenas dos 1ºs momentos de uma classe remanejada, pois a evolução de cada criança é pessoal.
Em todos os níveis deve-se trabalhar o som das letras do alfabeto, o reconhecimento das formas das letras e a associação grafema-fonema.
“Uma mesma atividade pode servir para aluno em qualquer nível do processo, contanto que ela englobe um espaço amplo de problemas e que o professor provoque diferentemente, questões e desafios adaptados a alunos em situações desiguais dentro da psicogênese”.
O professor deve ter o cuidado de não avaliar a criança como se estivesse em outra hipótese:
- na escrita de pré-silábicos deve procurar avaliar tudo o que se referir a letras: o número e a ordem, seu tamanho e sua posição nas palavras e as iniciais e as finais;
- na hipótese silábica- avaliar usando critérios alfabéticos , mas fazer análise da características da palavras no texto, dando mais ênfase à letra da 1ª sílaba e as 1ªs sílabas das palavras: “pode confrontar produções individuais e ditar palavras como mala, mole, mula que podem resultar ML ou palavras como pato, sapo, calo que podem resultar AO. Ao requerer a leitura dessas palavras, o professor coloca o aluno em conflito, uma vez que ele irá perceber que fez a mesma grafia para palavras diferentes”.
- na hipótese alfabética, correções ortográficas não devem ser feitas e deve-se trabalhar produções individuais e coletivas dos alunos, nas letras de músicas conhecidas pelas crianças ou em qualquer texto que garanta efetivo envolvimento do aluno.
As autoras enfatizam que:
- O professor deve considerar que não é a repetição que produz o conhecimento e, sim, o estabelecimento de múltiplas relações, o raciocínio lógico e o pensar sobre o que se faz;
- A criança precisa entender a função social da escrita e a importância da linguagem oral e se sentir livre para se comunicar pela escrita e pela fala: seu texto não existe para ser corrigido, mas para ser lido e entendido.
- “O papel do professor é importantíssimo.( Emilia Ferreiro disse, no Programa Roda Viva, TV Cultura, 1989, que) Se queremos alunos ativos na construção do conhecimento, o professor também tem que ser ativo. Fale menos e escute mais e trabalhe cognitivamente também com o que escuta e vê em seus alunos”.
A seguir, são colocados diversos exemplos do resultado de uma atividade de ditado de palavras do mesmo campo semântico que as crianças de uma 1ª série fizeram no 2º dia de aula, com as respectivas explicações.
Ao expressar-se por escrito, tudo tem sentido para a criança: um sinal, uma letra, um desenho. Para os educadores, a análise dessa maneira de escrever pode demonstrar muito. Assim, há que se fornecer à criança a oportunidade de manter um diálogo simples e de se colocar perante o mundo.
Atualmente, está claro que o mais importante para a criança é, primeiramente, EXPRESSAR-SE. Ela constrói um texto sem muito significado para nós, mas é capaz de “ler” a mensagem que quis passar, e mesmo palavras mal escritas, rabiscos e desenhos iniciais deixam de ser tentativas de escrita para se tornarem escritas reais.
As autoras colocam duas produções de um aluno, em 1991 e em 1992; comparando-as, percebe-se o seu progresso a partir de um trabalho desenvolvido dentro da linha construtivista: ele não “repetiu” de ano, não houve bloqueio em seu desenvolvimento, suas “fases” foram respeitadas e incentivadas.
A pontuação e a ortografia serão trabalhadas gradativamente, respeitando-se as fases do processo pelo qual o aluno passa.
A introdução à norma culta ocorre paralelamente à capacidade de criação e se desenvolve de modo gradativo. O professor deve ter claros os conteúdos a serem desenvolvidos ao longo do ano e trabalhá-los com flexibilidade e coerência. O “fácil” e o “difícil” devem ser definidos tomando-se por base a perspectiva de quem aprende e não a do educador, que precisa se conscientizar de que o aluno aprende melhor e assimila com maior facilidade o que lhe interessa mais diretamente. Repetir regras que não podem ser compreendidas não ajuda o aluno e não diz nada, nem a ele nem ao professor, que apenas orienta aqueles que sistematizam a aprendizagem.
Para que o aluno se aproxime do padrão convencional da língua, ele precisa ter modelos que possibilitem uma comparação. Por exemplo, em alguns momentos ele escreverá livremente, de acordo com suas próprias regras, seguindo seus pensamentos; em outros, o professor trabalhará modelos preparados cuidadosamente, “sem erros ortográficos”, que permitirão o confronto interior da criança. A presença e o esclarecimento do professor neste momento de dúvida e de conflito são de fundamental importância.
Não há por que dispensar exercícios e atividades que sistematizem conteúdos.No entanto, o aproveitamento será maior se os exercícios contiverem um vocabulário expressivo sugerido pelos alunos, composto por palavras que fazem parte da realidade das crianças e de seu cotidiano, que tenham relação com fatos acontecidos ou vivenciados em classe, na escola ou na comunidade.
Cabe ao professor saber direcionar a aula para chegar às palavras mais apropriadas, que possam servir melhor ao objetivo que se quer atingir.
Na 2ª parte: Sugerindo práticas construtivistas, há sugestões de algumas atividades que podem ser realizadas pelos alunos e com eles, tomando-se por base a proposta de trabalho constante na 1ª parte da obra.
Na 3ª parte: Sugerindo posturas construtivistas, são tratados assuntos que, mesmo não estando diretamente ligados às atividades e aos trabalhos em sala de aula, têm grande importância nas relações professor-aluno e professor-pais.
Na 4ª parte: Revisando e concluindo práticas construtivistas, há um resumo dos pontos principais que podem ajudar o professor a dar um direcionamento mais prático ao seu trabalho.